Distrito de Lembá acolheu a celebração do Dia Mundial da Saúde

O Governo, as Nações Unidas, o poder local e a população se convergiram na cidade de Neves para dar corpo ao acto maior comemorativo do 7 de Abril com os discursos dos respectivos representantes a traduzir as preocupações que têm feito actualidade quer do ponto de vista local, nacional e internaconal em matéria do ambiente.

A Organização Mundial da Saúde escolheu este ano como tema de celebração “Nosso planeta, Nossa Saúde”, de forma a sensibilizar sobre a urgência em se adoptar novas medidas e acções que visam preservar o planeta diante de fenómenos e causas  derivados dos efeitos das mudanças climáticas.

A cidade de Neves não foi por isso escolhida em vão para albergar a efeméride.  Não apenas a cidade como todo o distrito de Lembá vem sendo alvo subsequente de fortes chuvas, cheias, e de deslize de terras que traduziram em distruição de infraestruturas como pontes, sistema de distribuição de água, hospitais, lavras e em alguns casos provocado a morte de pessoas.

Foi com tudo isso em perspectiva que o Ministério da Saúde com o apoio da OMS decidiram descentralizar as celebrações para a partir de Neves e numa perspectiva de maior proximidade mostrar aos decisores políticos e parceiros que o tempo é de acção e o distrito de Lembá precisa mesmo de uma atenção especial, sob pena de virmos a lidar com situações de ressurgimento de epdiemias, do agravamento das condiçoes sociais devido ao enfraquecimento da economia.

O Delegado da Saúde de Lembá, Dr. Tomé Lima confirmou o ressurgimento de epidemias de doenças como a malária, e as diarreias nos ultimos três meses, desde que as chuvas torrenciais de 28 de Dezembro destruíram pontes e sistemas de abastecimento de água, e provocado inundações em vários pontos do distrito.

Na sua alocução perante os convidados o presidente da Camara de Lembá confirmou os alarmes do médico delegado do distrito, e disse que os desafios actuais são grandes, e que consistem na urgente necessidade de recuperação das infraestruturas incluindo as da saúde, assegurar o acesso a agua potável, a resposta à epidemia do paludismo, a prevenção da mal-nutrição e a recuperação paulatina da economia.

A Representante da OMS, Dra Anne Ancia,  por sua vez disse que ocontexto actual é de acção! “Não podemos dar-nos ao luxo de perder de vista a verdade fundamental de que a crise climática, a maior ameaça que a humanidade enfrenta actualmente, é também uma crise sanitária," enfatisou a Dra.  Ancia.

Para o Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus é preciso investir mais na saúde. “Nós somos chamados a equacionar políticas públicas que sejam amigas do ambiente. Há exemplos vários, sobretudo criando espaços verde nos centros urbanos, ruas e espaços pedonais, uma política mais consequente, mais activa de tratamento dos lixos, tanto industriais como hospitalares e domésticos. Portanto esta é a nossa acção, naturalmente coadjuvadas pelas ONGs e a sociedade civil e os parceiros que nos têm ajudado,’’ conclui o chefe do governo.

O evento em Lembá ficou igualmente marcado com uma exposição fotográfica de imagens que caracterizaram os dois momentos de intemperies no distrito em que várias infraestruturas foram danificadas, assim como o surgimento de focos de doenças que de acordo com os especialistas são efeitos directos das mudanças climáticas.