Tarde de Chá reuniu líderes para debater a paridade na política e lançar dados sobre género, preparando o caminho para as eleições de 2026.
No dia 21 de abril, o acolhedor Espaço CACAU, no centro de São Tomé, transformou-se num ponto de encontro intergeracional e interinstitucional para uma conversa com um propósito claro: promover o diálogo e a ação em torno da participação política das mulheres em São Tomé e Príncipe. A Tarde de Chá sobre a Participação Política das Mulheres reuniu representantes do Governo, Parlamento, sociedade civil, academia, agências das Nações Unidas e público interessado, num ambiente informal mas profundamente comprometido com a construção de uma democracia mais representativa.
Organizada pelo Ministério da Justiça, dos Assuntos Parlamentares e dos Direitos da Mulher, pelo Instituto Nacional para a Promoção da Igualdade e Equidade de Género (INPG) e pela Rede das Mulheres Parlamentares, com o apoio das Nações Unidas, a iniciativa decorre num momento estratégico para o país: faltam menos de dois anos para as eleições gerais de 2026, que marcarão a primeira aplicação da Lei da Paridade, aprovada em 2022. Esta legislação estabelece uma quota mínima de 40% para cada sexo em cargos eletivos e nomeações políticas, representando um marco na luta por igualdade e justiça social.
Um dos momentos altos do evento foi a apresentação de um factsheet com dados atualizados sobre a igualdade de género, desenvolvido de forma colaborativa entre instituições públicas, especialistas nacionais, sociedade civil e agências da ONU. Este documento traça o retrato da participação política das mulheres no país e revela tanto os avanços registados como os obstáculos persistentes à plena inclusão feminina nos espaços de decisão.
Após a apresentação, os participantes envolveram-se em rodas de conversa em pequenos grupos, debatendo soluções práticas para garantir a efetiva implementação da Lei da Paridade. Foram partilhadas ideias sobre formação e capacitação política para mulheres, apoio institucional aos partidos políticos na identificação de lideranças femininas, e a importância de criar redes de apoio entre mulheres já em posições de poder.
Na sessão de abertura, o Coordenador Residente das Nações Unidas, Eric Overvest, salientou a importância do momento:
“Estamos a construir juntos os alicerces para uma democracia mais representativa. A verdadeira paridade começa na base, com a decisão de investir em mais mulheres líderes, e cabe aos partidos políticos abrir o caminho.”
Também a Ministra da Justiça, dos Assuntos Parlamentares e dos Direitos da Mulher reforçou o compromisso do Governo:
“A igualdade de género na política não é um favor, é um direito. E cabe-nos garantir que a Lei da Paridade seja aplicada com seriedade, criando condições reais para que mais mulheres estejam onde se tomam decisões.”